Quando a solidão se sente ainda mais só neste escritório, lembro-me do tempo em que trabalhei atrás do sol posto, onde o frio era viscoso e escorria pelas paredes, onde a descoberta duma nova inundação, que lixava as tomadas, já não nos surpreendia, onde a pontualidade era uma utopia e a falta de material superada pela imaginação.
Mas lá, atrás do sol posto, tive como colega e hoje amiga a Crispy.
Fazes-me falta...
A nossa sintonia a trabalhar, as nossas brainstorms, as tardes que passávamos a gargalhar como se não houvesse amanhã. Lembro-me das castanhas assadas no microondas, dos croissants e das cerejas, do despique às garrafas de água, das horas passadas na pseudo-horta, das longas esperas, da altura em que "enrolávamos erva" no pátio do "escritório" ao sol e a ouvir música em altos berros, da escadaria da peninha, do esforço e do cansaço.
E de todo o apoio que me deste.
E foi quando a solidão se sentiu ainda mais só neste escritório que eu parti em busca dessas rajadas de energia que adquiríamos ao beber cappuccino e que encontrei isto:
Espero que tenhas realizado o teu sonho e atingido mais um objectivo este ano.
Para ti Mestre Crispy!
And I don't know I ever thought that I could make it all alone
When you only make it better
And it better be tonight
And we'll fly away on those angel wings of chrome in your daddy's car
Waiting there for you tonight
I'll be there for you tonight
Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And your speed
Is all you'll ever need
All you'll ever need to know
Darlin', Darlin'-
You and me we're goin' nowhere slowly
And we've gotta get away from the past
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast
Everybody's goin' nowhere slowly
They're only fighting for the chance to be last
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast
It's so much better goin' nowhere fast
Hoje acordei... com desejos de ficar na cama quente... enroscada em mim... com esforço escorreguei para o frio da manhã, levantei o estore e chovia.
Uma manhã de inverno chuvosa como outra qualquer, dirão vocês... mas não hoje voltou a nevar... Segundo ano consecutivo a nevar em Portugal.
Por momentos a criança adormecida dentro de mim despertou, sorri, saltei, corri de janela em janela para ver os flocos brancos rodopiando, caindo, transformando-se em água, molhando a terra.
E aquele cheiro maravilhoso a terra molhada encheu as minhas narinas, os meus pulmões.
NEVOU!!!
In the Heart
In the Wings
In the Hand
In the Neck
In the Laugh
In the Tongue
Garden of Eden